Vou escrever-te uma carta.
Preparo meu melhor vocabulário, armo-me com mil dicionários: quero dar-te as boas novas!
Borrifo um pouco daquele perfume em cada página. Quero que sintas minha presença ao ler o que escrevo. Preencho cada linha com o som da minha voz, cada vírgula com a pressão de meus dedos e os pontos com beijos que guardei para ir junto à carta no pacote.
Quero que estas páginas, ex-amado, levem consigo o toque de minha pele e que, lendo estes trechos percebas quão feliz sou hoje por não pertencer-te mais - se é que um dia fui tua.
Que cada linha se entrelace em tuas mãos como fazias com meus cabelos, que fiques imóvel, que prenda o fôlego até a última palavra, e que fique em tua memória cada fato que aqui narro:
Me esqueça.
Nada mais devo a ti e meu sentimento secou como grama sem chuva, está morto. Mando-te para que faça as honras do velório. Enterre-o.
Nestas linhas finais, desenho meu grande sorriso, para que
entendas que sem ti nesta vastidão da vida nunca fui tão
enormemente, desesperadamente,
incrivelmente
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