29 de agosto de 2013

Iniciação Gamer II - "American McGee's Alice": A História

Olha eu aqui de novo! Hoje vim falar de... Games! Ou, aliás, um game só. Vocês já sabem que sou grande entusiasta dos games em geral, sabem também que apenas ano passado criei coragem e resolvi zerar meu primeiro jogo sozinha: "The Legend of Zelda - Ocarina of Time". E sabem que triunfei, também. Tentei perseverar na saga de Link com "Majora's Mask", mas acabei me convencendo de que OoT era muito melhor. E resignei-me a buscar novas aventuras.

Agora, mais encorajada a prosseguir e tendo descoberto essa arte magnífica de jogar, resolvi me arriscar em uma novíssima empreitada: "American McGee's Alice". Alice? Sim, Alice! 
Esse jogo não é um game qualquer. Ele é tão genial que demorei bastante pra decidir o que escrever dele aqui. Como a história é complexa, o conceito do jogo é magnífico e existem muitas interpretações acerca dele, além de ser uma saga (possui um segundo jogo, chamado "Alice Madness Returns", que ainda não joguei), vou inaugurar hoje uma série de posts só a respeito de Alice. Espero que acompanhem de verdade por que vale a pena cada segundo :)

Então, hoje, temos um especial só sobre a história de "American McGee's Alice". Pode conter "spoilers", talvez. Mas isso não estraga a diversão de jogar, não. Fiquem tranquilos. Vamos ao que interessa:
Todo mundo já pelo menos ouviu falar da história de Alice e o País das Maravilhas, criada por Lewis Carroll lá nos idos do século XIX, se não me engano. A Disney popularizou bastante a história com sua belíssima animação nos anos 50, contribuindo para que amássemos mais a loirinha curiosa do vestido azul. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas realmente... Essa Alice aqui tem muito pouco em comum com nossa Alicinha. Este é um game sinistro, chega aos limites do bizarro, mas mantém uma incrível atmosfera de fantasia e surrealidade que é irresistível. E encantador.

Permita-me a explicação breve e nada técnica desta gamer iniciante:

"American McGee's Alice" é um game produzido pela EA, em parceria com a Rogue, grande fabricante de jogos, lá no final de 2000. O game foi produzido para PC (eba!), o que me atraiu ainda mais, considerando que ainda não tenho intimidade com os consoles (hehehehe). A história nos transporta para a Inglaterra da Era Vitoriana, com uma aura bastante sombria, em que a nossa protagonista, Alice, tem 16 anos de idade e vive num hospício. 

Isso por que quando criança, sua família se envolveu num terrível acidente que causou um incêndio, vitimando todos, exceto Alice, que carrega consigo a culpa por não ter conseguido salvar seus entes queridos. Isso acaba tornando-a muito peturbada mentalmente, motivo pelo qual agora ela está internada no Rutledge Asylum. 
É nessa época que Alice retorna ao País das Maravilhas, mas ele está em ruínas, destruído e muito menos feliz do que costumava ser quando de sua primeira visita. A tarefa dela agora não é diferente do que fora então. Alice deve salvar Wonderland e derrubar a cruel Rainha de Copas, ou Rainha Vermelha.

Em resumo, é disso que se trata. Mas vocês sabem que eu sou chata e detalhista e quando vejo uma boa história em minhas mãos, não posso evitar esmiuçá-la. "American McGee's Alice" abre um mundo de interpretações e eu tive a minha ao longo da saga de Alice.

Particularmente, ficou claro para mim que Alice, na verdade, não é a Alice de Carroll. Nem mesmo na aparência. Enquanto uma é loirinha, a outra tem cabelos negros e pesados, além do que seu vestido azul é manchado de sangue. Considero um erro dizer que elas são a mesma pessoa. Eu desconfio que a Alice do game costumava ler o livro de Carroll quando criança e fez do País das Maravilhas seu lugar feliz, para onde escapava. No momento da tragédia, como vemos na introdução do game, Alice lia o livro, quando adormeceu. Sem se dar conta do acidente, acorda com a casa em chamas e sua família morta. O País das Maravilhas não é mais seu lugar feliz. Tornou-se um lugar ruim, um lugar deturpado, o lugar que a levou da realidade e impediu que salvasse seus pais e sua irmã. 

Dessa forma, todo remorso e culpa sobem-lhe a cabeça, o que a torna apática e obcecada - resultando em sua internação. Durante seu tratamento no hospício, Alice revisita esse lugar constantemente, vivendo um grande misto de realidade e sonho. Tal qual a Alice de Carroll que no final acorda de um belo sonho, a Alice do jogo não vê a hora de acordar de seu pesadelo. 
E nessa trajetória, ela destrói tudo que encontra pela frente, desejando enormemente salvar sua Wonderland que, afinal, é seu próprio interior, marcado pela dor da perda, buscando redenção. Alice usa facas, invoca demônios, tem surtos de histeria. A cada passo que avança, descobre mais sobre si mesma, sobre seus limites e seus medos. "American McGee's Alice" é apenas a primeira parte de uma grande viagem mental e estruturada de tal forma que passamos a tomar parte na sanha de Alice em salvar Wonderland. Queremos que Alice se salve da loucura e do esquecimento.

Esse é só o enredo emaranhado do jogo. Se você gosta de uma boa história e admira a criação de Lewis Carroll, com uma boa pitada dark ou se gosta muito sangue e violência, "Alice" é hipnotizante. 
Vou deixar a história desta Alice aqui tomar lugar na mente de vocês e no próximo post teremos, de verdade, os detalhes do jogo em si e as minhas presepadas controlando Alice pelo País das Maravilhas destruído.


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