8 de agosto de 2015

Escrevendo um Livro III - A Peregrinação de Seraphine

Já contei a vocês sobre como comecei a escrever, e também sobre como surgiu Seraphine e a história do clube La Lune.

Agora, na terceira parte dos posts sobre a produção deste meu primeiro livro, chega o ponto crucial: PUBLICAR.

Como eu havia dito, eu escrevera La Lune como forma de treinar minha escrita e como expressão de um hobby. Mas fiquei com o livro engavetado por cerca de um ano antes de realmente ouvir às vozes de minha mãe e de amigos que diziam "Publica! Publica!".

A primeira pessoa a ler realmente o livro finalizado foi minha mãe. Awww que fofo, você pode pensar, mas acontece que minha mãe é uma pessoa que sempre apoiou meus sonhos e nunca me deixou desistir de nada. Então quando eu disse para ela que era isso que eu queria fazer, ela foi a primeira pessoa a incentivar.
Minha mãe - nem parece, né?
Logo em seguida, comecei a criar milhões de inseguranças em minha mente: "Mas essa história não é o melhor que posso fazer", "Mas eu podia escrever algo muito mais grandioso", "Mas e se ninguém quiser ler?", "Mas quem vai querer publicar?"... Tudo me impedia, mas na verdade era só eu mesma.

A insegurança me abandonou finalmente quando, num dia de reunião entre amigas, eu e mais duas grandes anjinhas da guarda varamos a madrugada numa leitura solene de La Lune finalizado. Aquilo foi muito importante para mim, pois naquele momento, com as críticas e reações dessas duas grandes aspirantes a escritoras como eu, me deram um gás que só me faziam querer que mais pessoas reagissem daquela mesma forma.
Como me senti lendo para minhas amigas o livro inteiro... (JK Rowling)

Mas é claro que não foi fácil.
Uma coisa que quero deixar bem claro é que ser escritor não é uma carreira simples. É ainda mais difícil ser um escritor iniciante. E ainda mais ser escritor iniciante no Brasil. Alguém pode pensar que é muito fácil escrever meia duzia de páginas e vendê-las. No entanto, está bem além disso. Em nosso país, principalmente, não há muito incentivo a autores iniciantes, na verdade, quase nenhum. Quando uma editora escolhe seu original, ou pedem um rim em troca da publicação (sim, é exatamente tão caro) ou querem se apropriar de sua história de tal forma que ela não se parecerá nem de longe com o que você quis que fosse. E esses desafios me atrasaram bastante no meu plano de publicar meu primeiro livro.
Eu já havia tentado os serviços de auto-publicação, que estão cada vez mais populares, como o Clube de Autores e o Perse. Mas senti dificuldades em fazer tudo sozinha, senti que precisaria de uma ajudinha a mais e engavetei outra vez o sonho. Na minha cidade, São Luís, não contamos com editoras específicas de literatura. Temos gráficas, temos editoras independentes, mas é tudo bem escasso, e você precisa ter essas informações ao seu alcance, o que eu não tinha. A maior parte da produção que encontramos aqui é de teor acadêmico. Conversei com bastante gente e avaliei minhas opções. 

Lendo bastante por aí e entrando em grupos no Facebook voltados para escritores, decidi enviar via e-mail os originais de La Lune para várias editoras de todo o país. Foram dez ao todo. Eram dos mais variados tipos: de editoras renomadas até as editoras por demanda. Seraphine peregrinou por esses dez caminhos incertos. A maior parte eram pedregosos.

A primeira editora a responder fez meu coração acelerar. Eu vi a esperança nascer e crescer, a empolgação aumentar, mas na hora fatídica do temido orçamento, eu perdi as forças. Sou estudante, não teria como arcar com um valor exorbitante como aquele. Além disso, queriam mexer no que eu havia escrito, literalmente alterar eles mesmos. Achei abusivo. Ultrajante. Recusei a proposta. 


Foram cerca de seis meses e nenhuma outra  resposta surgiu. Até que naquele grupo do Facebook alguém comentou sobre uma editora chamada Multifoco. Fiquei curiosa. Era uma editora por demanda, ou seja, ela produz todo o livro (com diagramação, arte gráfica, ISBN, enfim, monta o livro todo certinho), e as opções de adquiri-lo e revender por conta própria eram negociáveis, sem estabelecer tiragens mínimas absurdas (só trinta exemplares! - para você ter uma ideia, a primeira editora pedira tiragem mínima de MIL exemplares), sem exigir muito mais do que eu realmente podia fazer. Se eu desconfiei? Claro! Mas eu fui atrás e me informei.

Gente, enviei meu original para eles e em menos de uma semana recebi uma avaliação positiva de La Lune. E a proposta junto a ela me atraiu bastante. Conversei com pessoas que já haviam publicado com ela, fucei toda a reputação da editora. Foi quando decidi assinar o contrato. Assim, pá-pum! Se estava me precipitando ou não, eu pulei no mar de possibilidades e esperei para ver onde ele me levaria.
Segura o forninho, Giovana! 
Eu era só ansiedade. Não havia contado a ninguém da minha empreitada editorial. Eu tenho isso de só contar as notícias quando já deu tudo certo! E foi o que esperei acontecer. Enviei contrato assinado, documentos necessários, preparei a revisão e... Esperei.

Próximo capítulo:

Autora publicada!?





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