Uma amiga minha era só empolgação falando sobre um livro de capa vermelha que ela não largava. Falou tão bem e dizia ser tão divertido, que pedi emprestado.
O livro era "Não Se Apega, Não!" (Intrínseca, 256 páginas), da jovem Isabella Freitas, sobre a qual tudo que eu sabia era que tinha aparecido recentemente no programa da Fátima Bernardes. Em seu primeiro livro, Isabella segue a linha meio auto-ajuda, meio desabafo sobre os relacionamentos que ela já viveu e como ela aprendeu com eles. Principalmente, o que ela aprendeu sobre a "arte do desapego".
O desapego a que ela se refere, antes que reclamem, não é à questão de fazer do seu coração uma colcha de retalhos e não ter nada duradouro na vida. Refere-se a aceitar finais, a reconhecer quando algo já não acrescenta mais nada em sua vida, saber cortar o que não vai fazer bem a você e ter uma atitude de amor-próprio para não cultivar algo que já morreu há muito tempo. É sobre esse desapego que Isabella Freitas fala.
A divertida Isabella Freitas |
Não costumo ler livros desse tipo, sendo o último há algum tempo, lembram da "Bonitona Encalhada"? Pois é. É bem parecido com esse. Isabella narra de forma tão divertida quanto a Laura Henriques, apresenta teorias muito hilárias sobre relacionamentos, divide suas experiências de forma divertida e sempre com os ensinamentos que levou para si.
Só depois de ler as peripécias dela ao lado dos dois grandes amigos, Pedro e Amanda, trocando de namorados a cada vez que seu coração se partia outra vez, fui procurar saber sobre a autora. Isabella está na casa dos vinte anos e antes de publicar o livro, já mantinha uma conta no Twitter em que desabafava muito sobre seus pensamentos acerca das pessoas com quem se envolvia ou não. Muitos tuítes dela estão presentes no livro, a cada abertura de capítulo.
Isso deu um toque moderno aos contos de fadas nada românticos que Isabella viveu, não apenas relacionamentos amorosos, no entanto. Ela fala sobre a relação com a família, que sempre a cobrou muito para ir bem na escola, na faculdade, na vida. Fala sobre seus amigos de infância e amigos que nem merecem ter esse título. Fala sobre como nós não precisamos, afinal, ter sempre alguém ali do lado pra te lembrar que você é especial. É assim que temos que nos sentir o tempo todo, não somente quando se está apaixonada.
Aí você se pega sentindo raiva do Gustavo, torcendo estranhamente pelo Pedro, mesmo sabendo que eles são grandes amigos, achando o Igor um primo bizarro, e por aí vai. São pessoas reais que passaram pela vida dela, que deixaram suas marcas e a ajudaram a seguir em frente. Situações de todos os tipos e muito, mas muito bom humor.
Isabella me lembrou um pouco de mim mesma. E tenho certeza que qualquer uma que leia seu livro se identificará com uma, duas, três até todas as histórias que ela já viveu. É uma leitura rápida e leve, mas cheia de pequenas verdades sobre nós mesmos. É sempre muito bom saber que você não passou por certas coisas sozinha. E creio que o propósito da autora ao abrir sua caixa de segredos com tantas pessoas foi mostrar exatamente isso - alguém já passou por aquela decepção horrorosa também. E sobreviveu.
A quem interessar possa, Freitas já publicou o segundo livro, "Não se Iluda, não!". Promete ser tão divertido como o primeiro. Fica a dica para todos que curtem uma leitura descompromissada ou não consegue sair do fundo do poço depois de tantas desilusões. Faça como a Isabella e não se apega, não. A vida é curta demais pra ficar presa ao passado.
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