Robert Greene é um best-seller do gênero, já escreveu outros livros com as leis da estratégia e até da sedução. Minhas impressões a respeito da obra são resumidas na seguinte frase: SER PODEROSO DÁ MUITO TRABALHO.
O livro está estruturado por lei, e em cada parte, temos o julgamento da lei, como ela se justifica e para resumir, sempre vem uma analogia para ficar mais claro o que ele quer dizer e uma frase célebre de alguma autoridade no assunto. Me lembrou "A Arte da Guerra", outro gigante do gênero. É, no todo, bem didático (li a edição concisa). Mas isso não quer dizer que é fácil de entender.
Olha ele aí, Greene. |
Greene busca dizer o que você deve fazer para ser considerado poderoso, para ganhar respeito, admiração e, sobretudo, o controle de tudo. Isso é perfeitamente aplicável à nossa vida. É assim que ela se dá. Principalmente no mundo dos negócios que é, de fato, muito competitivo. É um campo de guerra: o melhor estrategista, vence. O que vemos no livro são direcionamentos de como conseguir que façam tudo para e por você.
O que eu aprendi? Aprendi que não devemos falar demais, devemos criar uma névoa sobre quem realmente somos e jamais revelá-la. Aprendi que palavras valem menos do que ações e tentar explicar a alguém por que você está certo, na verdade, te transforma no errado da história. Silêncio. Greene valoriza muito o silêncio, como ele é poderoso e fala mais alto do que um grito enfurecido. Aprendi que devemos cativar as pessoas, mas não ser dependente delas: temos que fazer elas serem dependentes de nós. Mas mesmo assim, jamais devemos nos isolar: o contato social deve ser cultivado sempre. Aprendi que devemos ignorar o que desejamos e fazer os outros pensarem que não damos muita importância a nada. E que às vezes temos que usar as mesmas armas do inimigo, e confundi-lo. E que devemos nos misturar na multidão, espiar os outros, mentir, ser falso, ser cruel.
Difícil, não? E aí em cima só estão citadas umas dez leis, no máximo.
Greene não é nem um pouco gentil em sua obra. Ele não está ditando a receita de um bolo. Ele está colocando nas suas mãos a chave de algo que todos desejam, mas nem todos podem ter. A minha opinião sobre tudo isso é que leva muito tempo e pode ser desgastante tentar seguir tudo que o livro diz. E você tem que pender pro mal, verdadeiramente, por que precisa ser cruel com os que são fracos e mentir, ocultar suas intenções e talvez apunhalar os outros pelas costas. Ele enfatiza sempre que não temos amigos, apenas inimigos em potencial, o que me faz pensar em Greene como um cara um pouco paranóico e desconfiado (eu fui gentil agora).
Ao chegar à 48ª lei, só pude concordar com metade delas. Não que ele estivesse errado, mas por que para ser o detentor do verdadeiro do poder, a pessoa tem que querer muito isso e tentar não enlouquecer no caminho. Eu, particularmente, desejo outras coisas. Acredito que o poder só serve ao seu verdadeiro propósito com os que merecem, com os que sabem o que fazer com ele. Não acredito que seja algo que possa ser ensinado. Mas Robert Greene fez um bom trabalho em sistematizar a conquista do poder.
A questão é: é possível ser tão frio e dissimulado? Sim. Mas você teria que, no mínimo, ser um psicopata.
A discussão é longa e cheia de pormenores que não me prolongarei aqui. Mas podemos sempre pensar um pouco e comentar.
Bem, depois desse clima tenso do poder, estou indo passear pelo País das Maravilhas com Alice, de Lewis Carroll. Quem sabe não encontro também o País do Espelho?
Até o próximo!
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