Desafio da Estante III - "Eneida"

Hoje pude dedicar boa parte do meu dia à leitura de "Eneida". 

Me é estranho desde o início o fato de eu ter criado a coragem, sim coragem, necessária para ler essa obra por dois motivos: 1. Não costumo ler poesia, sou mais fã da prosa; e 2. Não sou familiar com epopéias (poemas épicos, que narram feitos históricos). Mas quase sempre meus professores de História falaram desse livro em alguma oportunidade, citando-o como um clássico, uma obra única e preciosa. Eu nunca tinha tido contato com ele, até que ele chegou aqui em casa e ficou encostado na estante, sem eu realmente abri-lo.

O que me fez realmente pegá-lo para folhear foi unica e exclusivamente curiosidade. O que de tão incrível poderia Virgílio ter escrito para ser consagrado um dos maiores autores de todos os tempos (sim, "Eneida" foi escrita nos tempos antes de Cristo)? Bem, sendo muito, muito leiga em matéria de epopéias, procurei um pouco por aí nesta vasta rede de conhecimento chamada Internet e encontrei algumas luzes no fim do túnel.

Li no site da Tv Cultura que "‘Eneida’, de Virgílio, é um dos maiores épicos da literatura universal. Segundo o tradutor e professor de latim na USP, João Angelo Oliva Neto, o livro é um clássico, pois é modelo de muitos escritores. Virgílio é muito imitado por autores importantes. No Brasil temos o exemplo de ‘Camões’." Quer dizer, um gênio. A obra de Virgilio é citada inclusive em outro grande clássico absurdamente aclamado de Dante Alighieri, "A Divina Comédia", que também tentei ler com toda boa vontade em meu coração e me espanto ao ver que consegui ler até o final. 

O manuscrito

E do que afinal, ele fala? Wikipédia."Conta a saga de Eneias, um troiano que é salvo dos gregos em Troia, viaja errante pelo Mediterrâneo até chegar à região que atualmente é a Itália. Seu destino era ser o ancestral de todos os romanos".

Contudo, entretanto, todavia...

Eu não posso dizer que LI "A Divina Comédia" ou "Eneida". Ler é você parar e entender o que está sendo dito ali, processar o que é dito e fazer algum sentido na sua cabeça. Na minha, essas duas obras em verso fizeram bem pouco sentido. E, de fato, é uma leitura muito densa, muito complexa, geralmente acompanha a leitura das notinhas de rodapé, dicionários e livros especializados para complementar, por que além de ter sido escrito em outra época, foi escrito segundo as regras da poesia, com sua métrica bem determinada. 

Talvez eu tenha cometido o erro de inclui-lo neste desafio, como seria também um erro incluir, por exemplo, a Biblia. São tipos de livros que você tem que ler mais de apenas uma vez para verdadeiramente apreender tudo que está sendo dito. E que é quase um labirinto para leigos como eu. E eu admito que ainda vou precisar reler algumas vezes para absorver  a beleza da escrita de Virgilio. 

Eu pude visualizar algumas cenas, gostei de algumas passagens, e, de fato, ele desenha um herói verdadeiro, corajoso e bravo, que toma tudo pela frente. Ele queria fundar Roma, sagrar-se um conquistador. Mas os pormenores da saga de Enéias, ainda não pude de todo decifrar por entre as linhas bem desenhadas de Virgilio. Sei que ele é um gênio só pela capacidade de escrever um livro inteiro em verso, sem escorregar e se atrapalhar. E fazer sua obra perdurar.

O resultado? Bem, eu podia publicar aqui mais uns vinte "Desafiando a Mim Mesma" só com "Eneida". E ainda não teria sido capaz de abranger toda a grandeza da obra. Portanto, posso dizer que meus olhos encontraram as palavras de Virgilio ao longo das páginas, mas ainda preciso comer muito arroz com feijão para acompanhar literalmente o que ele criou.

Então, vamos indo para o próximo? "As 48 Leis do Poder", de Robert Greene. Voltarei poderosa? Acompanhe! (hahaha)