15 de maio de 2012

"Como A Magia Acontece" - 8 Anos de Harry Potter em Minha Vida


Hoje completo exatos oito anos que Harry Potter entrou em minha vida.


Entre os meus maiores ídolos, Harry Potter é o que realmente não deixo por nada. O que eu realmente acompanho fielmente, sem negligências. E então, me pus a pensar como foi que tudo isso começou, o dia em que o conheci, como me apaixonei por tudo isso...

Assim, resolvi contar a vocês aqui no blog a história e os motivos pelos quais Harry Potter me acompanha sempre. Ele foi o primeiro ídolo oficial, a primeira coisa de que realmente fui na vida. Senta que lá vem a história...

Há oito anos atrás, eu tinha 13 anos. Sim, mas isso não é tudo. Eu tinha 13 anos e era uma garota que adorava ler. Eu vivia lendo, quase sempre era possível me encontrar lendo o que quer que fosse: revistas, gibis, jornais, livros. Até então, os livros que eu lia eram sempre em um volume só, como os paradidáticos da minha tia ou infanto-juvenis. Adorava cinema, já que meus pais tinham uma locadora de vídeos, onde passei a maior parte da infância. Logo, tinha alguns precedentes para gostar do estilo de Harry Potter.
Três anos antes, Harry Potter e a Pedra Filosofal chegava aos cinemas do mundo inteiro: foi um sucesso – eu via na TV que naquele ano o assunto fora um tal filme sobre um garoto que se descobria bruxo e ia para uma escola de magia. Eu achei o máximo. Mas foi só. Vi o filme em casa mesmo, ainda em VHS, e gostei muito. Lembro de ter visto uma entrevista do elenco no antigo Domingo Legal com o Gugu, e ter pensado: “Que crianças legais...”. E segui com minha vida.


Um ano depois, em 2002, Harry Potter e a Câmara Secreta estourou nos cinemas. Era a segunda parte da série, mas eu apenas fiquei sabendo. Não dera muita atenção. Isso era porque eu não sabia que Harry Potter era um série de livros também. Esse fato só chegou a meu conhecimento em 2004, o ano onde começa a história propriamente dita. Eu gostava de comprar essas revistas de pré-adolescentes, com dicas de beleza, relacionamentos (quais?), novidades e sobre os artistas. Uma delas me trouxe uma novidade que despertou minha atenção: a matéria falava do lançamento do terceiro filme, O Prisioneiro de Azkaban. Logo abaixo do titulo, havia uma foto de três adolescentes com uniforme escolar, com caras assustadas, olhando alguma criatura que parecia uma águia que crescera demais.
Levei um susto.

Esses adolescentes eram as crianças que eu vira anos atrás, tão diferentes, crescidos... Li a matéria inteira que anunciava o retorno da série aos cinemas após um ano sem filmes. Aquilo me deu um estalo: onde eu estivera que nem sequer soubera que um novo filme de Harry Potter chegara aos cinemas? Na mesma hora, comecei a pesquisar. Pronto. Naquele 15 de Maio de 2004, eu descobri quase tudo que já havia disponível na Internet sobre Harry Potter. Numa avalanche de informações, descobri desde que haviam 5 livros já lançados até os nomes de cada ator do elenco dos filmes. Sempre tive facilidade em absorver informação pelos meus hábitos de leitura, assim, minha mente estava fervilhando de novidades a respeito daquela história escrita por uma escocesa de rosto bondoso, com a qual me identifiquei de cara: eu queria ser escritora e ela tinha criado um mundo inteiro só dela através da escrita e atingido o mundo inteiro com seu trabalho.

Até então, eu interagia pouco com o mundo lá fora, de forma que Harry Potter me despertou para ficar atenta a todas as novidades, pelo menos dentro do assunto. Estava me tornando fã aos poucos, recolhendo informações, atualizando as que já tinha, buscando novas, comprando revistas todos os meses que vinham trazendo algo sobre os bruxinhos. No mês seguinte, o filme de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban chegaria ao Brasil e  eu iria, pela primeira vez, ver o filme no cinema.

Meu pai quis me levar para passar um fim de semana com ele, e era logo na estréia do filme. Não pensei duas vezes: “Pai, vamos ao cinema?”. Fomos todos, eu, meu pai, minha madrasta e minhas meias-irmãs ver o terceiro filme da saga de Harry. Fiquei um pouco perdida porque não havia visto o segundo filme ainda. Mas nem tanto, afinal, o terceiro filme é bem independente dos outros. 
Lembro até que tive medo do lobisomem Lupin e dos dementadores, aqueles encapuzados sinistros. Naquele dia, voltei para casa de olhos arregalados, pensando: “Preciso ler esses livros, preciso ler os livros...”. A negociação já foi direta na fonte, quando conversei com meu pai a respeito do presente que eu adoraria ganhar. Ele riu e disse que ia pensar, afinal, meu hábito de leitura – quase vício, na época – eu herdara dele.

Continuei minhas pesquisas, continuei adquirindo material que falava de Harry Potter e relia várias vezes cada matéria: estava encantada. Um mundo inteiro paralelo ao nosso, onde magia e coisas fantásticas aconteciam de uma forma nunca contada antes. J. K. Rowling era minha nova musa, o exemplo do que eu queria me tornar. Comecei eu mesma a produzir textos, queria escrever livros, desenvolvi ainda mais minha escrita nos meses que se seguiram. Outro aspecto que desenvolvi bastante fora minha paixão pela língua inglesa. Quando cansava de ler meus materiais em português, tentava traduzir tudo para o inglês só para me sentir mais próxima daquela realidade. Harry Potter contribuiu enormemente para que eu aprendesse um idioma por conta própria, só por curiosidade minha de saber como ficariam as palavras na língua que meus ídolos falavam.

Mais tarde naquele ano, finalmente vi o segundo filme, também em VHS (bons tempos de fitas mastigadas, rebobinadas com tampa de caneta). Estava me envolvendo ainda mais na história, com os personagens... Harry, Rony e Hermione se tornaram meus melhores amigos, os que me esperavam depois da escola para eu contar-lhes sobre meu dia. Eu estava definitivamente me tornando uma pottermaníaca.

Meu irmão tinha um amigo que já era bem fã, e que lhe emprestou o terceiro livro. Esse foi o primeiro livro que li. Não larguei desde que li a primeira linha.
E então, no dia do meu aniversário, meu pai me deu o melhor presente que já ganhei. A embalagem de papel prateado e fita lilás com meu nome envolvia meu livro, o primeiro livro da série Harry Potter: a Pedra Filosofal. Larguei a festa, que já estava no fim, saí correndo e me tranquei no quarto para ler, para finalmente conhecer o início da história. As horas voaram enquanto eu estava a caminho de Hogwarts...

Desde aquele dia, minha vida ganhou um toque mágico: O Cálice de Fogo chegou em minhas mãos e devorei-o em poucos dias... A Ordem da Fênix me assustou um pouco com sua aura sombria. Esperei o lançamento de O Enigma do Príncipe roendo todas as unhas, e li todo em um dia. Se tornou meu preferido até hoje. Enfim, chegou As Reliquias da Morte, envolto em todo tipo de especulação, expectativa e, claro, um ar tristonho por ser o fim. Talvez o fim mais e menos esperado de todos. 

Vi todos os filmes seguintes na estréia e com meus amigos. Se tem uma coisa que aprendi com Harry Potter foi a valorizar as amizades. E cada estréia era repleta de risadas e emoção por ver nossos filmes preferidos chegando às telonas. Harry Potter me aproximou de pessoas incríveis, me fez aprender mais sobre mim mesma, me fez viajar pela leitura de uma forma nova, me fez entender valores que carregamos para a vida toda: o amor, a amizade, o respeito, a bravura, a nobreza, a lealdade. Os anos em que li os livros pela primeira vez, os dias em que vi os filmes, as horas que passei lendo matérias de revistas e críticas de cinema e literatura. Tudo isso enriqueceu meu conhecimento a respeito de muitas coisas. Me fez crescer a cada ano que Harry subia no Expresso de Hogwarts. E tem sido assim até hoje.

             

Mesmo que Harry hoje seja um pai de família, um senhor já adulto, eu ainda o tenho como grande amigo. Hermione é uma ótima conselheira. Rony me mata de rir de suas piadas de vez em quando. Às vezes, até vou visitar a tumba branca de Dumbledore com eles e ficamos horas conversando às margens do Lago Negro. E sei que essa amizade será para toda vida, a cada vez que eu lembrar ou que reler um livro ou rever um filme, estarei de volta ao mundo que me despertou por dentro.

Não sei se um dia vou chegar a ser uma Jo Rowling da vida, mas ela foi a primeira escritora que me fez ler sete livros grossos e de letra pequena, sem gravuras e em sequência e entender a magnitude da fantasia e de quanto precisamos dela na vida real. Se um dia eu conseguir tocar pessoas assim com o que escrevo, será a época em que antes de dormir, depois de agradecer a Papai do Céu, eu vou deitar a cabeça no travesseiro e dizer: “Valeu, J. K.”.

Até a próxima!

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