6 de maio de 2012

Para me poupar, resolvi rimar

Culpas

A culpa é sempre minha.
Sou responsável por tudo.
Por isso, não culpo ninguém
Mesmo que não seja minha
A falta feita por alguém


Eu assumo os erros alheios
Para não ver tristeza nos outros
Eu tomo as dores do mundo
Eu assumo o absurdo
Pra te ver sorrir de novo.

Assim eu sigo nesta meia-vida 
Carregando o peso morto
Das culpas, das dores nos ombros
Da vida errada dos outros.
E as lagrimas são só minhas.

Ninguém quer segurar meu fardo
Ninguém quer trabalho árduo
Ninguém faz o que eu faço
Ninguém entende estes fatos
Eu caio, ninguém me oferece a mão
Levanto, ninguém sabe que estive no chão.

Mas se me canso e resolvo jogar
Nas caras, no chão seus erros
E me aliviar desta carga
Me julgam, me odeiam, me prendem
Sou eu que estou errada.

E quem tanto se vangloria
De sua sinceridade escancarada
De repente murcha, se encolhe, 
Ao me ver descarregar minha raiva
E assume que sou louca, insana
Afetada, confusa, desvairada.

Sempre querem meu melhor
O que faz bem pra mim.
Ou o dizem por convenção.
O que querem é que eu esteja lá, 
Que segure seus fardos, assuma seus erros
Que me curve sob todo esse peso

Mas que jamais peça ajuda 
Para aliviar o peso que levo
E que fique sempre calada, muda
E diga "Não se apresse, eu espero".


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