7 de dezembro de 2014

Orgulho e Preconceito em Dose Dupla

Edição que li, da BestBolso, 391 páginas
Calma, não vim expor orgulho e nem estou com preconceito em relação a ninguém haha O post de hoje é em dose dupla por que nos últimos dias tive o prazer de concluir a leitura de "Orgulho e Preconceito" (Pride and Prejudice, 1813), um clássico de Jane Austen, bem como poder finalmente assistir o filme homônimo de 2005! Só agora pude desfrutar dessas duas obras-primas em diferentes linguagens de uma vez só!
O livro, primeiramente, foi publicado no século XIX. Eu amo clássicos, nem preciso dizer. E Jane Austen, essa inglesa que na época tinha apenas 21 anos, estava na minha estante há alguns meses até resolver finalmente paginar esse belo exemplar. Como nós sabemos, nessa época, a sociedade era muito tradicional, a época dos grandes bailes, dos casamentos por interesse e, claro, a manutenção das aparências acima de tudo.

Nesse contexto, nos é apresentada a família Bennet, que foge completamente de todos esses padrões: de cinco filhas, nenhuma das mais velhas é casada, mas todas já foram apresentadas à sociedade. Nenhuma delas possui os grandes talentos que deveriam, segundo a exigência da época: tocar piano, cantar, desenhar, etc. Mas cada uma delas com uma personalidade marcante: Mary, estudiosa e com pouca paciência para bailes; Kitty e Lydia, as espevitadas que sonham em casar-se com um oficial em suas fardas azuis e vermelhas; Elizabeth, que está longe de desejar casamento tão cedo, com gênio forte e opinião formada sobre qualquer assunto; Jane, a mais velha, doce e levemente ingênua, mas com um coração bondoso e sonhador. Essas cinco irmãs são a dor-de-cabeça da Sra. Bennet, sua mãe preocupada com o status social de sua família e de suas filhas, enquanto o pai, Sr. Bennet, só quer ver suas filhas felizes - não importando-se muito com quem casam ou deixam de casar-se.
O grande estopim da história é quando um fidalgo chamado Sr. Bingley chega ao "shire" da família Bennet acompanhado da irmã e de um misterioso rapaz chamado Sr. Darcy. Darcy parece desdenhar de todos a seu redor, denotando certo orgulho aos presentes por sua posição superior. Isso faz com que Elizabeth - a mais perspicaz das Bennet - adquira logo de cara um certo preconceito em relação àquele homem que se considera mais importante que todos. Enquanto isso, o Sr. Bingley corteja a irmã de Elizabeth, Jane. Ele seria perfeito, se não fosse a irmã terrível que tem. 

Não mais do que de repente, o Sr. Bingley e família partem, sem dar satisfações a Jane. Então começa a desenrolar-se uma rede de intrigas ao redor do casal que parece ter sofrido uma conspiração para separar-se - e a Srta. Bingley e o Sr. Darcy são os principais suspeitos. 

Elizabeth passa a cultivar cada vez mais o preconceito em relação a Darcy, ainda mais quando ele mal lhe dirige a palavra ou a qualquer um. E isso se agrava quando ele se prova culpado da infelicidade da irmã Jane. E como se não bastasse, um pretendente surge para Elizabeth, Sr. Wickham, e até ele parece já ter sido vítima do grande orgulho de Darcy no passado.
Ela literalmente começa a se perguntar "Mas será que tudo que acontece de ruim à minha volta tem um dedo desse homem?". 

Bem, como o proprio nome diz, "preconceito" refere-se à ideia que formamos antes mesmo de sabermos o que realmente há por trás. É um conceito anterior, superficial. Elizabeth começa a descobrir todas as camadas de Darcy à medida que a história avança e as intrigas ficam ainda mais complicadas. E o Sr. Darcy talvez não seja tão cruel quanto ela imagina, nem seu orgulho tão infundado quanto pensava. 

A história nos leva a uma grande dissolução de orgulhos e preconceitos, que na época, eram muito comuns, praticamente parte das personalidades das pessoas. Elizabeth trava diálogos ferrenhos com Darcy bem como todos que lhe dirigem a palavra, a famosa moça das respostas prontas. E a genialidade de Austen está em como o Sr. Darcy fora, ao longo de todo o tempo transcorrido desde a noite em que Lizzie e ele se encontram, o maior responsável por sua felicidade no fim das contas.
É uma obra delicada, verdadeiramente linda. Eu sou muito fascinada pela linguagem dessa época, aqueles discursos bem-estruturados, cheios de sutilezas, numa época em que tudo era subentendido, nada era explicito demais. Sinto falta, na verdade, dessa sutileza no falar, no olhar, nos gestos. Tudo é tão imediato e exposto que o mistério e a curiosidade se desfazem... Mas talvez eu esteja sendo muito nostálgica hoje. Deixem que eu volte para o século XXI agora.

Então, muitos anos depois, temos esta adaptação da obra de Austen com Keira Knightley como Elizabeth, o fantástico Donald Sutherland como Sr. Bennet e Matthew McFadyen como Darcy. O filme é bem fiel ao livro, na medida do possível, claro, com atuações que são um deleite. Os cenários são lindos, e adorei o fato de que há sempre um piano ao fundo de quase todas as cenas. Ah, e o final é um pouco diferente do livro, mas diferente para melhor, não se preocupem. Muito melhor. Preparem os lencinhos, meninas.

Além desse filme de 2005, o livro ainda foi adaptado para uma série de TV na Inglaterra. Não deve à nada a obra original. Divertida e simples, como a obra de Jane Austen. Aqui vai o primeiro episódio:

Eu fico simplesmente maravilhada quando um livro escrito há tantos anos ainda comove leitores por toda parte do mundo. E me pergunto se alguma obra minha um dia alcançará vôos tão altos...? Um dia.




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