Nós passamos por tantos amores durante a vida... Nos apaixonamos e nos desapaixonamos e nessa jornada aprendemos muita coisa. Existem aquelas pessoas que conhecemos e apenas conhecemos. Aquelas que conhecemos e nos encantamos. E aquelas que conhecemos, nos encantamos, e acabamos amando. De verdade.
E aí você tem certeza que é ela, faz planos, imagina sua vida ao lado dela e tem absoluta certeza de que provavelmente vai envelhecer ao lado dela. Vocês se dão muito bem, tem ótima sintonia, combinam muito bem, mesmo tendo alguns pontos divergentes. Ah, o que importa? Vocês são perfeitos juntos! Os amigos torcem por você, sua mãe já aprova e quer na família!
Mas... espera. Alguma coisa dá errado.
Vocês simplesmente não podem ficar juntos. Não podem. Vocês tentam, mas alguma força maior os mantém afastados. É como tentar manter juntos dois ímãs de pólos iguais. Mas era perfeito! Era tudo que precisava na vida! Mas... mas... Não pode ser. Não é pra ser. E você se dá conta de que nunca poderão ficar juntos. Que é impossível.
Foram muitas tentativas, muitas teorias na sua cabeça, milhões de formas de manter o que tinham. Não há como. Só resta aceitar. O tempo passa, dia após dia, mês após mês, ano após ano. Você aceitou. Mas aquela pessoa continua ali, você apenas a chutou para algum canto do subconsciente e trancou num baú com um grosso cadeado. "Não abra", diz a etiqueta. E fica ali, guardado.
Você está seguindo com a sua vida, conhecendo mais pessoas, se encantando por elas de vez em quando. Uma delas acontece de quase chegar ao fundo do seu coração. Mas você sabe e é sincero consigo mesmo ao admitir que jamais conseguirá. Você se dispõe a tentar, a se dar uma chance. Já que não pode ter seu amor, se torna o amor de alguém, como dizem. E sua vida segue assim, uma meia-vida. Um presente com um pé no passado que você odeia. Mas que necessita doentiamente.
E acontece de cruzar na rua com aquela pessoa presa no baú. Ela está batendo com força na tampa, sacudindo o cadeado, quer se libertar do escuro da sua mente e fazer você sentir tudo de novo. Mas como aprendeu a ser forte e sabe o que lhe espera, respira fundo, finge que não viu, que está tudo bem. Passa direto por ela, dá de ombros. Quando ela ganha distância, Você bate no peito e exclama: "Vitória!". Mas volta para casa com uma única pergunta inacabada: "E se...?"
O "E se...?" é massacrante. Ele abre um universo de possibilidades e de probabilidades que você sabe que são impossíveis, mas... E se...?
Você, ele, ela ou mesmo eu já passamos por isso. Eu tenho meu "E se...?" Não é que eu nunca mais vá amar ninguém na vida. Nem que eu tenha desistido de tentar. É só que faltaram forças. Contra algumas coisas você simplesmente não pode lutar e admite que no fim das contas, foi Deus quem quis assim. Porque era melhor para você. Mas continua não parecendo certo.
Meu "E se...?" me rendeu inspiração para uma autobiografia. Eu a concluí este ano. Foi uma terapia escrever sobre algo que por muito tempo me causou dor e quase desespero. Mas eu terminei. Um dia publico, se meu "E se...?" permitir. Mas quero deixar aqui um trecho que trata disso.
Tantas
pessoas que escolheram entre o certo e o fácil. E que preferiram o fácil.
Amores em sua plenitude são simplesmente sublimes demais para este mundo. Eles
se concretizam, talvez, em algum lugar após a morte e em vida, eles convivem
conosco sendo um pequeno vazio interior.
Mas
eu creio em toda forma de amor agora. E todas são tão belas quanto esta. Todas
valem a pena ser vividas. Há algo de especial e único em cada uma e guardo a
minha com carinho, junto aos diários que nunca pararei de escrever.
Esta
história não acaba aqui. Eu creio que virão dias melhores em que eu e meu anjo
olharemos para trás e riremos às gargalhadas de tudo que aconteceu. Se pudermos
restaurar pelo menos metade do que perdemos, eu já estarei feliz. As coisas
poderiam, sim, ser diferentes, mas a cada dia me convenço mais de que era
exatamente assim que devia ser.
Até a próxima....
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