2 de novembro de 2015

Já Li - "Contos Clássicos de Vampiro", de Martha Chiarelli (Trad.)


Eu sempre gostei muito de vampiros. Lembro-me que meu primeiro contato com esses seres fantásticos foi com o filme "Entrevista com o Vampiro" (1994), quando eu ainda era criança. Creio que tinha uns seis, sete anos quando assisti pela primeira vez. E por mais medo que eu tivesse de terror, o único gênero que eu não temia era o de filmes de vampiro. Tive contato com filmes como esse bem cedo, já que minha família tinha uma locadora de VHS (sou novinha, gente, que isso). E vampiros me fascinaram desde então.

Estando sempre envolvida por essas criaturas fabulosas, ainda não tinha atinado para estudar a fundo de onde surgiu o mito do vampiro ou que autores foram importantes para consolidar esse gênero na literatura e, posteriormente, no cinema. Foi quando me deparei com "Contos Clássicos de Vampiro" (Hedra, 2010, 263 páginas). 

O livro chamou minha atenção por reunir, como o título sugere, os sete contos clássicos mais importantes do gênero entre os séculos XIX e XX que foram cruciais para trazer até nós a figura clássica do vampiro. Além disso, traz ainda mais cinco poemas que foram muito importantes para inspirar autores como Bram Stoker e Lord Byron na concepção de suas obras. Um prato cheio para quem, como eu, é fascinado por vampiros e pela era do Romantismo.
Anne Rice e Bram Stoker
Logo de início, o livro já captura sua atenção pela introdução maravilhosa de Alexander Meireles da Silva, doutor em Literatura Comparada pela UFRJ, que nos leva numa viagem deliciosa pelos primeiros indícios da origem do vampiro (que data da Antiguidade Grega) até a contemporaneidade, com os marcos modernos do estilo em Bram Stoker (em seu eterno Drácula, de 1897 - adaptado para filme em 1992) e em Anne Rice (Série Crônicas Vampirescas, de 1976 - das quais Entrevista com o Vampiro foi adaptado para filme em 1994). Alexander deixa até um pequeno gancho para falar de Crepúsculo, que, afinal de contas, trouxe a esta geração outras concepções da mesma criatura.
"Crepúsculo?" - Lestat não aprova isso.
A introdução já o deixa muito ansioso para conferir cada um dos contos que introduziram o vampiro ao mundo. E cada conto traz uma pequena explicação de sua relevância para mantê-lo sempre ciente das influências e relações que aquelas palavras geraram.

Os contos elencados e traduzidos por Martha Chiarelli são sete: "Trecho de um Romance", de Lord Byron; "O Vampiro", de John Polidori; "O Hóspede de Drácula", de Bram Stoker; "Por que Sangue é Vida", de Francis Marion Crawford; "A Morta Amorosa", de Théophile Gautier; "A Tumba de Sarah", F. G. Loring; e "Um Episódio da história da Catedral", de M. R. James.
Desses contos, destaco "O Vampiro", que tem uma origem muito interessante: foi escrito pelo médico (!) de Lord Byron, John Polidori, inspirado justamente pelo conto que veio antes deste ('Trecho de um Romance'). A ideia de Polidori surgiu durante uma viagem que este fazia acompanhado de ninguém menos que o próprio Byron e a célebre Mary Shelley - que na mesma noite em que Polidori escreveu "O Vampiro", começou a escrever um romancezinho intitulado "Frankeinstein"

Destaco também "O Hóspede de Drácula", de Bram Stoker, que seria o que hoje chamaríamos de um spin-off (história paralela escrita pelo próprio autor que ocorre no mesmo universo da obra inicial, porém não tem relação de continuidade) de seu maior sucesso ('Drácula'), publicado por sua esposa após a morte do marido.
Os poemas, que são uma espécie de bônus do livro, são cinco: "Vida de Apolônio de Tiana", de Filóstrato; "O Vampiro", de Heinrich August Ossenfelder; "Lenore", de Gottfried August Bürger; "A Noiva de Corinto", de Johann Wolfgang von Goethe; e "Cristabel", de Samuel Taylor Coleridge. Dentre eles, destaco "A Noiva de Corinto" que, além de tocante, é muito bem escrito e é de arrancar suspiros.

A leitura é indicada para quem ama literatura clássica e é admirador dos vampiros, é claro. Uma super aula sobre o gênero e rica em referências para quem quer conhecer ainda mais sobre o assunto. Mais do que indicada numa noite como hoje, não é mesmo?

Bons sonhos! 



Até a próxima!

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