A dica de hoje é de um filme bem legal que vi ontem. Apesar de ser de 2003, mereceu o título de "Vale a Pena Ver" - sempre e sempre. O cinema nacional também tem vez aqui no blog, ué! :)
Lisbela (Débora Falabella) é uma mocinha pernambucana e sonhadora que simplesmente adora cinema. Seu programa preferido é ir ao cinema viajar com a sétima arte. Lisbela se encanta desde o momento em que as luzes se apagam, desligando-se do mundo lá fora.
Leléu (Selton Melo) é um vendedor errante que faz de tudo um pouco a bordo de seu caminhão anunciando desde elixires poderosos até a encenação da Paixão de Cristo. Em cada lugar que vai, deixa uma identidade e um coração de alguma mulher no caminho.
Esses dois tem seu destino cruzado quando Leléu vai parar na cidade de Lisbela em uma de suas viagens e basta um encontro para que os dois se apaixonem à primeira vista. Mas como em toda história de cinema que Lisbela já decorou, muita coisa ainda tem que acontecer para que os dois finalmente fiquem juntos. Um dos corações partidos que Leléu deixou no caminho pertencia a Inaura (Virginia Cavendish), mas ela era casada com simplesmente um dos homens mais perigosos que já se viu: Frederico Evandro (Marco Nanini), matador de aluguel - e que vai até o fim do mundo para encontrar o infeliz que se meteu com sua esposa.
Já deu para ter um panorama da confusão em que Leléu se meteu, né?
Eu adorei o filme. Primeiro por que amo Selton Mello e faço questão de ver qualquer coisa em que ele esteja. Segundo por que o enredo é de uma delicadeza e poesia que toca nossa alma. Sério mesmo. Um texto maravilhosamente escrito para o teatro, por Osman Lins, e adaptado para um filme que consegue ser tão envolvente quanto assistir ao vivo. Em meio ao "desmantelo" do jeito nordestino tão nosso, existe a poesia que lembra muito os cordéis, cheios de sabedoria popular e um modo de contar histórias que cativa. Se você já viu "O Auto da Compadecida", sabe do encanto que desperta essa temática.
Eu, como estudante de Letras e amante das palavras e da arte (e da arte com palavras), posso dizer que "Lisbela e o Prisioneiro" me deixou encantada e até meio Lisbela, sonhadora com a história do filme. Tudo é mostrado num paralelo como um filme dentro de um filme - e isso confere um charme a mais, com certeza. Análises metalinguísticas à parte, o romance cômico de Leléu e Lisbela tem cara de sábado, mesmo. Aquele filme que a gente aperta o play e esquece da vida um pouco. Filme com cara de cinema no sábado à noite.
Ficha Técnica
"Lisbela e o Prisioneiro" (2003)
Gênero: Comédia Romântica
Elenco: Selton Melo,
Débora Falabella,
Marco Nanini, Virginia Cavendish,
André Mattos e Bruno Garcia
Duração: 107 minutos
Um dos filmes nacionais mais legais, mesmo sendo relativamente antigo :)
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