Uma coisa que me deixa revoltada da vida é maus-tratos. Seja
com criança, seja com idoso e, principalmente animais.
Animais são criaturinhas indefesas, que não podem falar, que
estão à mercê dos humanos e suas tramas maquiavélicas. Falo em particular dos
animais por que hoje presenciei uma cena que tem sido constante na casa do
vizinho aqui do fundo da minha.
Eles tem uma cadelinha recém-adotada, é um filhote, deve ter
meses. Não sei qual a raça, mas parece pura porque o pelo é muito lustroso e
negro. Linda. Não sei que nome lhe deram... Mas o que me revolta é que todos os
dias eles saem de casa e às vezes passam o dia inteiro fora e deixam a cadela
no quintal, presa, sem nenhuma proteção do sol ou chuva, sem água e sem comida
para ela. Aqui, a maioria das casas ainda não tem muro e a minha é uma delas, então,
ela fica praticamente no meu quintal.
Dessa forma, é inevitável meu incomodo quando fico ouvindo a
cadela gritar (sim, porque latir é diferente de um grito desesperado) a manhã
inteira, às vezes até a tarde, e sabe Deus o que ela tá sentindo, mas oscila
entre fome, sede, agonia por não ter uma cobertura desse sol escaldante do
Maranhão e ainda por cima fica em contato com a terra do quintal o que causa
coceira, pulgas, carrapatos e outras coisas...
Não aguentei ficar ouvindo o lamento desesperado da pobre
cadelinha, porque eu mesma tenho um cachorro e um gato e desde que os adotei,
fiquei mais sensível a essas causas por que você imagina seu próprio bichinho
naquela situação e dá um aperto no coração sufocante. É como ter um filho.
Então fui lá, coloquei água e ração do meu cachorro para ela, acomodei-a
melhor, improvisei uma cobertura pra ela ficar embaixo e até fiz um carinho
atrás da orelha dela.
Pronto. Ela parou de gritar, bebeu toda a água, comeu toda
ração, se acomodou embaixo do telhado improvisado e me olhou com aqueles
olhinhos castanhos que me embargaram a garganta. Que tipo de gente não se
importa com uma criaturinha tão pequena, tão frágil, que reconhece quando
cuidamos dela, que nos dá tanto amor e respeito sem pedir nada em troca? Que
tipo de gente não sente no mínimo uma afeição pelo bichinho que escolheu
adotar? Tudo bem, pode ter sido apenas com o intuito de ter um “vigilante”, mas
aquele animal tem necessidades, precisa comer, beber, ser bem cuidado, precisa,
acima de tudo, de carinho, como uma criança humana. Que tipo de gente submete
um cachorrinho a situações como essa e continua vivendo sua vida como se nada
acontecesse? Como se o fato de ele ser um CACHORRO fizesse dele menos criatura
de Deus?
Então, espero que se você quiser adotar um bichinho, seja
ele qual for, tenha em mente que você será responsável por ele. É exatamente
como um bebê. Por isso, recomenda-se que antes de ter filhos, você tenha
cachorros, porque é tipo um treinamento de como você se comportará cuidando de
alguém que depende de você. Apenas adote se puder cuidar com muito carinho e
atenção. E se vir algum animal em
situação de maus-tratos, faça o que puder para ajudar: seja um pote de água ou
uma denúncia, por que isso prova que você é humano, que algo ainda bate aí
dentro do seu peito.
Sem esquecer que maus–tratos aos animais é CRIME.
Às vezes, você fazendo algo pequeno prova que você é grande.
E alguém disse que o mundo não acabará nas mãos do que fazem o mal. Acabará nas
mãos de quem vê o mal acontecer e não faz nada.
Até a próxima!
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