A mãe de todos os vícios...

Hoje eu acordei com preguiça.

Sim, acordei já com ela. Meus olhos não queriam abrir, meu corpo implorava por mais cinco, dez, vinte, sessenta minutos na cama. Pensei em tudo que tinha que fazer e suspirei; Gemi de agonia. Puxei o lençol por cima da cabeça e fiquei ouvindo o toque enlouquecedor do meu alarme (que costumava ser minha música preferida, agora soava como uma marcha fúnebre).




Mas a vida chamava. Então criei coragem, inventei um personagem mais corajoso e o interpretei. Consegui levantar. 

Cada passo me arrastava pela casa. Pensei em tomar um banho e ficar esperta. Mas sentei-me na mesa da cozinha, esfregando os olhos. Olhei em volta, só meu cachorro dormia profundamente. Talvez eu estivesse dormindo também. Pensei em fazer café, pensei em comer um pedaço de bolo, pensei em ver um episódio de Friends na TV a cabo, pensei em limpar a casa, pensei em lavar algumas roupas, pensei em escrever, pensei em ver meu Facebook, em tuitar sobre minha preguiça matinal no Twitter, pensei em escrever um post no blog. Só pensei. Uma hora se passara e eu não fizera nada disso, ali, sentada na mesa da cozinha.

Afinal, porque tanta preguiça? E é errado senti-la? Ou é mais apropriado dizer "tê-la", porque ela parece que se apossa de nós, toma nosso corpo e nossa mente e tudo fica em câmera lenta, tudo parece cansativo demais, longo demais, chato demais. Você só quer ficar ali, parado, olhando para o vazio, pensando em tudo que tem que fazer e procurando motivos que convençam a si mesmo de que pode fazer isso depois.

Joguei todos os pensamentos pro alto e pensei "Quer saber? Vou voltar pra minha cama. Dane-se o resto". E foi o que pensei. Ali, sentada na mesa da cozinha. Aos poucos, mais bem aos poucos, dei algum movimento ao meu corpo e voltei para o quarto, peguei meu lençol, desliguei o celular e entreguei-me a ela, minha amante do dia: a preguiça.

Só por mais alguns minutinhos...

Até a próxima!