18 de abril de 2013

Já li - "O Dono do Mar", de José Sarney

Olá! 

Ultimamente andei pensando que leio bem pouca literatura brasileira. Quero dizer, já li alguns romances clássicos e gosto muito dos poetas e cronistas brasileiros, mas indo à biblioteca da faculdade dia desses vi lá uma única e pequena prateleira onde lia-se: "Literatura Maranhense" e isso me deu um estalo: eu nunca li um livro de um maranhense. Meu Deus, eu sou maranhense! kkkk

Mas piadinha à parte, eu fiquei em reflexão profunda por longos 2 minutos e decidi que ia ler mais obras escritas por meus conterrâneos. Afinal, eles escreveram histórias ambientadas na terra em que nasci, provavelmente devo conhecer todos os lugares de que falam. E também por que me senti ingrata e fiquei com medo de Gonçalves Dias vir puxar meu pé à noite :/

Então, decidi começar por um livro que vi lá, o qual meu pai tinha em casa e eu sempre via na prateleira mas jamais tive a iniciativa de ler: O Dono do Mar, de José Sarney. Sim, o cara. O bigodudo. O presidente do Senado. O Ex-presidente do Brasil. O Dono do Mar...anhão (entenderam?). Enfim, todo mundo conhece o político José Sarney. Eu quis conhecer o escritor.
O escritor José Sarney é membro da Academia Brasileira de Letras, minha gente, e eu sempre me perguntei por que. Aí abri O Dono do Mar e só fechei 24h depois. Sim, ele me pegou de jeito.

Traduzido para seis idiomas e adaptado para o cinema em 2005, O Dono do Mar conta a história do capitão Antão Cristório, um humilde pescador mas de coração bravo, que praticamente nasceu no mar. A partir de suas memórias, nos é contada a história de sua vida, como sua infância, seus romances e principalmente sua paixão pelo mar (e deste por ele). Cristório viveu muitas aventuras enfrentando o mar em sua biana Chita Verde, e o que ele viu de assombração nessas águas deixaria qualquer um de cabelo em pé.

Aparentemente, parece só história de pescador, mas o que me prendeu à história foi a linguagem usada: eu devo ter incorporado um vocabulário inteiro de termos marítimos por que eles estão por toda parte, misturados à fala dos personagens maranhenses que falam de um jeito tão simples, mas tão poético. Outro aspecto que me chamou atenção foi a relação de Cristório com o mar. O título do livro não poderia ser mais perfeito: ele se sente realmente dono do mar, nascido e criado por ele. Achei muito bonito o modo como ele se refere ao mar com respeito e admiração, mostrando que somos tão insignificantes frente à grandeza da natureza: "Se eu tivesse um cordão de ouro, eu dava pro mar", diz o Cristório criança selando sua união eterna com as águas. 
Cenas do filme "O Dono do Mar", de Odorico Mendes
Eu não disse que eu devia conhecer todos os lugares de que os escritores maranhenses falam? Pois é, no livro são citadas as praias daqui, como Araçagy, Raposa, e os municípios, como São José de Ribamar, e sem falar da própria gente daqui, tão humilde e que já vi tantas vezes à beira do mar, tirando de lá seu sustento. 
Confesso que me emocionei ao ler o livro, que é de uma delicadeza e verdade tão cativantes que já o elenquei para fazer parte da minha biblioteca particular. 

Talvez o Sr. Sarney tenha suas dividas para com a minha terra, mas eu esqueci disso por alguns instantes no meio do mar que ele escreveu.

Até a próxima!




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Diz aí :)

Nuvem de Tags

livros (79) resenha (68) dicas (61) reflexão (55) diversão (43) séries (36) escrevendo (35) videos (32) cinema (29) já li (28) playlist (24) Anita Blake (22) amor (18) desabafo (17) meme (16) harry potter (15) artistas (14) desafio (14) poesia (12) Friends (11) TV (10) relacionamento (10) vampiros (9) games (8) vida de universitária (8) La Lune (7) Biblioteconomia (4) ciência (3) conto (3) Zelda (2) crônica (2) sites (2) DIY (1)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...