Estive lendo esses tempos um dos livros considerados leitura obrigatória na minha área - Biblioteconomia. Sabe, aqueles livros acadêmicos que você tem que ler porque fazem parte da bibliografia do curso? Então, estive lendo As Cinco Leis da Biblioteconomia, pelo senhor S. R. Ranganathan.
Falando um pouco do autor, aos que não são familiarizados, Shiyali Ramamrita Ranganathan foi um matemático e bibliotecário indiano que viveu entre 1892 e 1972 que basicamente fundamentou a Biblioteconomia em 5 grandes leis para nortear seu trabalho e criou um método de classificação chamado Colon. Mas o que Ranganathan tem?
Bem, este senhor muito, muito, muito inteligente escreveu um livro inteiro sobre o que aquele carinha de óculos e ranzinza da biblioteca deve(ria) fazer para realizar suas funções da melhor forma possível. Ranganathan era um estudioso, mas antes disso, um curioso que viu como estava a situação das bibliotecas em seu tempo e deu mil passos adiante para tentar mudá-la. Ele passeia por todos os campos possíveis - desde o histórico das bibliotecas até suas práticas atuais - para estabelecer cinco leis que norteariam o fazer bibliotecário. São elas:
Claro que para entender o significado dessas leis, é necessário ler com atenção a explicação do Dr. Ranganathan, mas posso adiantar para vocês que no fim de tudo nenhum bibliotecário é dono do conhecimento, todas as pessoas devem ter acesso a este, seja de onde for, como for, porque for, a biblioteca serve à sociedade, o usuário, como dizemos, e se for preciso correr atrás dele gritando "Ei, leia este livro, é muito interessante!" é o que ele deve fazer. Ranganathan definiu as premissas do pensamento da Biblioteconomia e dissecou as necessidades que sempre se mostram no caminho da disseminação da informação. Ele faz um tour ao redor do mundo mostrando o que acontecia na época (1931) e o que fazer para mudar o panorama. Mesmo após pouco mais de 80 anos, essa obra continua atual, ainda é um guia para os que pretendem ser um bibliotecário e não apenas isso, um educador, um ser social atuante e um ser humano esclarecido.
Contudo, tudo vale a pena se a alma não é pequena e tenho certeza que lá da minha universidade mesmo, talvez da minha sala, talvez um de meus amigos, talvez eu, quem sabe, iremos perpetuar o legado que tantos estudiosos lutaram para construir. Honrar as cinco leis, ou elaborar mais cinco, cumpri-las e divulgá-las. É isso que se espera dos profissionais que tem em suas mãos o tesouro do mundo: a informação, o conhecimento. E ultrapassar os muros da biblioteca, que é o que fazemos melhor. Seria ótimo se surgissem mais bibliotecários [parodiando um sucesso que eu sei que você já ouviu] possuídos pelo ritmo Ranganathan!
Eu espero que não só você que é estudante de Biblioteconomia, mas você também que não é, dê uma olhadinha nessa obra. Ranganathan escreveu de um jeito muito didático, denso, mas interessante. É uma leitura que vai fazer você ver o que realmente faz um bibliotecário, para que ele serve, a quem serve e talvez querer ser um, também. Tudo regado a muita sabedoria do Velho Mundo, a mística e sábia India, com um bom representante da classe.
Até a próxima!
Falando um pouco do autor, aos que não são familiarizados, Shiyali Ramamrita Ranganathan foi um matemático e bibliotecário indiano que viveu entre 1892 e 1972 que basicamente fundamentou a Biblioteconomia em 5 grandes leis para nortear seu trabalho e criou um método de classificação chamado Colon. Mas o que Ranganathan tem?
Bem, este senhor muito, muito, muito inteligente escreveu um livro inteiro sobre o que aquele carinha de óculos e ranzinza da biblioteca deve(ria) fazer para realizar suas funções da melhor forma possível. Ranganathan era um estudioso, mas antes disso, um curioso que viu como estava a situação das bibliotecas em seu tempo e deu mil passos adiante para tentar mudá-la. Ele passeia por todos os campos possíveis - desde o histórico das bibliotecas até suas práticas atuais - para estabelecer cinco leis que norteariam o fazer bibliotecário. São elas:
1. Os livros são para usar.
2. Para cada leitor seu livro.
3. Para cada livro seu leitor.
4. Poupe o tempo do leitor.
5. A biblioteca é um organismo em crescimento.
Claro que para entender o significado dessas leis, é necessário ler com atenção a explicação do Dr. Ranganathan, mas posso adiantar para vocês que no fim de tudo nenhum bibliotecário é dono do conhecimento, todas as pessoas devem ter acesso a este, seja de onde for, como for, porque for, a biblioteca serve à sociedade, o usuário, como dizemos, e se for preciso correr atrás dele gritando "Ei, leia este livro, é muito interessante!" é o que ele deve fazer. Ranganathan definiu as premissas do pensamento da Biblioteconomia e dissecou as necessidades que sempre se mostram no caminho da disseminação da informação. Ele faz um tour ao redor do mundo mostrando o que acontecia na época (1931) e o que fazer para mudar o panorama. Mesmo após pouco mais de 80 anos, essa obra continua atual, ainda é um guia para os que pretendem ser um bibliotecário e não apenas isso, um educador, um ser social atuante e um ser humano esclarecido.
Eu já virei fã do discurso desse velhinho indiano, admiro muito a perspicácia não só dele, mas de vários outros intelectuais da área e enquanto lia, pensei em tantas coisas que vemos acontecendo todo dia: bibliotecas fechadas, principalmente nas escolas, onde a educação deve ser mais atentamente vigiada; pessoas que nem sequer lembram de visitar as bibliotecas; bibliotecários que são apenas funcionários públicos por dizer, não por amor. Que não poem em prática nada do que aprenderam - se aprenderam - às vezes não porque não querem, mas porque não podem, o estado, o país não oferece condições de ser o bibliotecário que Ranganathan era e que queria que fôssemos.
Contudo, tudo vale a pena se a alma não é pequena e tenho certeza que lá da minha universidade mesmo, talvez da minha sala, talvez um de meus amigos, talvez eu, quem sabe, iremos perpetuar o legado que tantos estudiosos lutaram para construir. Honrar as cinco leis, ou elaborar mais cinco, cumpri-las e divulgá-las. É isso que se espera dos profissionais que tem em suas mãos o tesouro do mundo: a informação, o conhecimento. E ultrapassar os muros da biblioteca, que é o que fazemos melhor. Seria ótimo se surgissem mais bibliotecários [parodiando um sucesso que eu sei que você já ouviu] possuídos pelo ritmo Ranganathan!
Eu espero que não só você que é estudante de Biblioteconomia, mas você também que não é, dê uma olhadinha nessa obra. Ranganathan escreveu de um jeito muito didático, denso, mas interessante. É uma leitura que vai fazer você ver o que realmente faz um bibliotecário, para que ele serve, a quem serve e talvez querer ser um, também. Tudo regado a muita sabedoria do Velho Mundo, a mística e sábia India, com um bom representante da classe.
Até a próxima!
Finalmente consegui Comentar!!! rs
ResponderExcluirbem o que dizer à alguém que c ama e admira tanto??
ah Loreninha... só vc pra me fazer ler uma análise sobre obras de biblioteconomia e ainda por cima ,amando cada linha!! Você é capaz de transformar o "obrigatório" em "indispensável" e o " curricular" em "extraordinário" você é uma maga das palavras Lorena... Te adoro...
Grande texto!!
Bjos, Rayssa Monroy.
Me emocionei. Obrigada, Khall. ^^
ResponderExcluirMuito interessante essa descoberta do Ranganathan. Não sei se é seu caso mas os professores de biblioteconomia nunca leram Ranganathan e passam aos alunos a estranha impressão de que ele é "místico". Foi o que eu ouvi na faculdade, há uns bons anos. Parabéns, Loh, pela iniciativa de ler, entender, gostar e ainda divulgar a obra do Ranganathan.
ResponderExcluir